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Em junho 30 dias e 30 poemas aqui!

segunda-feira, 28 de junho de 2021

27 - 30 DIAS 30 TEXTOS - A arbitrariedade das palavras


O amor, a Poesia e as Palavras      

        O amor não é algo tangível nem tao pouco mensurável pelas leis da física ou matemática moderna. O amor e a paixão são canibais e se alimentam da vontade com a fome dos chacais. O amor não é água pura que saí da moringa de barro na temperatura ambiente e enche uma canequinha de ferro esmaltado na cor branca. O amor é enchente, enxurrada de água fervente, misturada com ácido suicida, e se bebida inadvertidamente desce escaldante pela garganta matando o recipiente e  a palavra, como já dizia minha vó, só existe uma verdade nessa vida, amar é comer caviar e beber fornicida. O amor sobrevive no deserto paixões aonde é tão necessário a vida, quanto a água limpa. E para falar de amor é preciso mais que vontade é preciso coragem para  encarar a palavra ceifadora de frente, sem temer pela sua própria vida vivente e não podia ser diferente. Falar de amor não é algo fácil nem comum, e raramente saímos ilesos dessa aventura. A palavra que fala de amor precisa ser mais que falada, precisa ser nada e ao mesmo tempo dizer tudo, precisa ser bosta, mas na forma de adulbo. ser pedra em solo fértil e aquela pequena probabilidade de erro dentre todos os acertos.  Para falar de amor antes precisamos preparar a palavra. Então trisco a língua na saliva e preparo palavra, palavra boa é assim... Assassina, entra pelo ouvido como enxadadas dadas no solo congelado(termafroste). Então! Trisco a língua na saliva e preparo a palavra, palavra boa é assim.. a palavra sai afiada como faca de cortar pão mal intencionada. Trisco a língua na saliva e preparo a palavra, palavra boa é assim... Balística sai da boca como de uma arma carregada, sem controle, não respeita a peculiaridade contidas na fala. Trisco a língua na saliva e preparo a palavra, palavra boa é assim... Maldita como as frases de despedida ditas nas tardes de quinta. Num mês de outono qualquer. A palavra mesmo que benzida é amaldiçoada, nessa hora, a visão fica turva, o coração bater fraco, as lágrimas pesadas rolam, pois parecem pesar toneladas. A voz fica embargada, quase não se livra dos grilhões da garganta, não querem acabar no papel, lar derradeiro e mortalha,  a solidão sempre disposta a ajudar, oferece um abraço amigo, nesse  momento só sobrou o poema abandonado pela mãe poesia. e para mim, só resta a vontade e a minha  poesia adolescente não está nem aí, a minha poesia não respeita o verbo ou o verso. Ela não precisa, na verdade a minha poesia não precisa de nada, a minha poesia não precisa  nem de mim para existir. A minha poesia não precisa de livros,  textos,  concordância,  gramática, matemática,  física, química, de comida, amor, língua, água, fama, ar, oxigênio, aplausos... Respirar! A minha poesia não precisa... Já eu, eu preciso.

VALDEMIR COSTA

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