A sensação de ser o alvo da atenção de
quem se ama
Amar alguém incondicionalmente é algo tão estranho
quanto à própria palavra incondicionalmente, que de tão grande chega ser
angustiante ter um sentimento deste montante dentro da gente. Pior é não saber
que se ama tal gente, imagine não saber o que sente e descobrir por acaso ou
num sonho numa noite mal dormida, que o aquilo que a muito sentia não era
amizade era mais forte que tudo antes sentido na vida. De certa forma é de
balançar as estruturas do nosso caráter, criar uma dúvida plausível em qualquer
convicção existente na mente do sujeito. Um problema sem solução se o próprio amante nem sábia que estava amando
como o ser amado saberia e cairia em si. Mistérios do coração esse órgão sem
compaixão com os fracos e sensitivos da emoção. Aqueles que se prendem aos
detalhes, reparam em piscar de olhos, preferem lágrimas verdadeiras a sorrisos
falsos, aceitam as perdas ocorridas em gloriosas lutas a vitórias fáceis baseadas ações
covardes. E um dia acordasse e percebesse que está apaixonado por alguém que sempre ao seu lado nunca foi se quer mencionado no diário
louco dos sentimentos do coração, sempre foi a amizade a sua maior motivação da
solicitação da sua presença, a origem da indagação do estado e o sentido da
busca. Nunca pensei que alguém pudesse se apaixonar pela sensação de ser o alvo
da atenção de quem se ama. Sentimento sem conclusão ou retribuição no plano
físico, já que até a pessoa que ama ainda não sabe disso. Nem todos os sábios
do mundo resolveriam essa questão, como se pode amar alguém e achar melhor essa
pessoa amar outrem. Não querer consumar esse sentimento de uma forma carnal,
preferir serem as tardes de domingo as noites luxuriosas do carnaval. Amar alguém
desta forma é avassalador como a explosão de uma super nova e se renova ao
saber a verdade que antes se omitia entre as conversas e elogios vazios, que
inocentemente surgiam nas bocas de ambos. refletindo o sabor excipiente dos sentimentos intrínsecos
guardados bem lá no funda da mente. A descoberta
foi a queda, a quebra de paradigma, o retorna a reta, o erro da seta que
indicava o caminho, que sem saber mesmo acompanhado caminhava sozinho. A solução
para esse amar e deixar o tempo assassino voraz, dar cabo de toda vontade guardada
no papo, presa na garganta e nunca colocada à prova. Como sempre acontece com o amor, mesmo sendo incondicional
não é eterno, e agora, já liberto e exposto, tem seu fim decretado. Com o
passar das eras na vida suas idas e vindas tudo estará terminado e como começou
esse amor que já foi incalculável se tornará uma mera lembrança como o sabor de
um doce que experimentamos quando criança.
Valdemir Costa
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