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sábado, 21 de janeiro de 2012

Sem Romance

Sem Romance
 
Eu a olhei de longe como quem  fita o alvo antes do tiro
Fui ao seu encalço como um cão farejando sua caça
Aproximei-me com a prudência dos malandros da lapa
De perto vi seus olhos azuis como a letra de um blues
Seu olhar de sereia lasciva me hipnotizava 
Chupava-me como quem degusta uma manga
Não sou homem de negar fogo na batalha
Sou um lobo bobo só um pouco mau
Vou atrás do alimento pelo faro
Gosto da carne nova da novilha 
Cheguei mais perto e certo da conquista
Usando a linguagem universal dos tarados
Uma língua não textual dos canastrões da estrada 
Fui me enfiando no meio de suas pernas
Encostei-me ao balcão do bar molhado de bebida barata
Beijei sua boca como quem suga leite de uma teta
Não deu tempo para nada
Nada de conversa chata
Nada de informações irrelevantes
Nada de autocontrole
Nada de preliminares 
Nada de romance
Só os nossos gemidos
Só os densos abraços
Só a ação dos nossos sentidos
Só a  libido ao som de funk
O tempo parou tudo sumiu a nossa volta
Seguimos os letreiros luminosos da ribalta
Culminado num quarto de motel de quinta
Depois a Cama redonda ficou pequena
As formas e os lençóis se renderam ao desejo carnal
Nota dez em evolução no desfile de carnaval
Confesso que nessa luta do bruto contra o belo
A harmonia entre os corpos era total
Cansado adormeci na relva do quarto barato   
Acordei e procurei a razão e a sensibilidade
Mas como deveria ser,  fiquei na saudade
Sem o nome
Sem o telefone
Sem querer...  E
Sem romance
.
                                                                                            Valdemir costa

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